A ternura do "tácale pau nesse carrinho, Marco!"
29 d junho d 2014
Do Vale do Itajaí, que, quando chove, sofre, vem uma esperança. Grandes virais internéticos são naturais, puros, sem arranjos. Justo o que se passa com o vídeo que, se você ainda não viu, pare de ler agora.
Você acaba de conhecer Marco véio, Vó Salvelina, Leandro – o narrador de voz fina e doce, com o sotaque alemão/português característico da região norte de Santa Catarina – e o morro que possibilita que o treco despenque como um Fórmula-1.
Você também foi brindado com a expressão “tácale pau nesse carrinho, Marco!”. Bordão que movimenta o mundo online há alguns dias no Brasil. E que enche de ternura uma vida de pressas e carregamentos de baterias. Justamente no Morro da Vó Salvelina esse tipo de dia a dia é corroído. Não quero torcer por um estilo de levar as horas, até porque só conheço esse vídeo porque existe o tablet que Leandro gravou tudo e o WhatsApp – aplicativo de conversa de smatphones – responsável por deixar chegar essa ternura toda em mim.
Mas, de todas as inúmeras observações que esse vídeo se presta a receber, fico com uma. Redes sociais informam, espalham, constroem e destroem casamentos, espraiam ódio e amor, mas também explodem narcisismos. Não somente de esculpidos corpos mostrados em fotos com espelho, mas de egos. Elas são locais para dar opinião, se incomodar com uma diferente xingando o dono dela. E a mãe dele. O que mais importa sou eu, minhas ideias, o jeito que eu enxergo o mundo, a minha maneira de viver. Enfim, eu, eu e eu. Selfie do mundo atual.
Leandro, o narrador, foi para outro lado. Para ele, o ator principal, o protagonista é o Marco Véio. Só o primo e a categoria na direção no carrinho de madeira importavam. Ele só queria contar aquilo. E torcer para a curva ser bem feita. Leandro demonstra tanto isso que se emociona com a velocidade do veículo sem motor bradando um “mazáááá, Marco Véio”. O narrador sabia que naquele momento a magia não era dele. E espalhou para o mundo isso. Um vídeo que, definitivamente, tácale pau nessa vidinha egocêntrica.
Você acaba de conhecer Marco véio, Vó Salvelina, Leandro – o narrador de voz fina e doce, com o sotaque alemão/português característico da região norte de Santa Catarina – e o morro que possibilita que o treco despenque como um Fórmula-1.
Você também foi brindado com a expressão “tácale pau nesse carrinho, Marco!”. Bordão que movimenta o mundo online há alguns dias no Brasil. E que enche de ternura uma vida de pressas e carregamentos de baterias. Justamente no Morro da Vó Salvelina esse tipo de dia a dia é corroído. Não quero torcer por um estilo de levar as horas, até porque só conheço esse vídeo porque existe o tablet que Leandro gravou tudo e o WhatsApp – aplicativo de conversa de smatphones – responsável por deixar chegar essa ternura toda em mim.
Mas, de todas as inúmeras observações que esse vídeo se presta a receber, fico com uma. Redes sociais informam, espalham, constroem e destroem casamentos, espraiam ódio e amor, mas também explodem narcisismos. Não somente de esculpidos corpos mostrados em fotos com espelho, mas de egos. Elas são locais para dar opinião, se incomodar com uma diferente xingando o dono dela. E a mãe dele. O que mais importa sou eu, minhas ideias, o jeito que eu enxergo o mundo, a minha maneira de viver. Enfim, eu, eu e eu. Selfie do mundo atual.
Leandro, o narrador, foi para outro lado. Para ele, o ator principal, o protagonista é o Marco Véio. Só o primo e a categoria na direção no carrinho de madeira importavam. Ele só queria contar aquilo. E torcer para a curva ser bem feita. Leandro demonstra tanto isso que se emociona com a velocidade do veículo sem motor bradando um “mazáááá, Marco Véio”. O narrador sabia que naquele momento a magia não era dele. E espalhou para o mundo isso. Um vídeo que, definitivamente, tácale pau nessa vidinha egocêntrica.
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Texto na ZH desse domingo na Coluna do Meio.
